Os tendões são estruturas formadas por um tecido conjuntivo fibroso denso e regular que ligam os músculos esqueléticos aos ossos.
A tendinite é um processo inflamatório de um tendão, que provoca dor, sendo motivado por esforços, traumatismos e problemas posturais decorrentes da actividade normal da pessoa, através do exercício físico demasiado intenso ou de actividade profissional que determine uma sobrecarga sobre bainhas tendinosas, tecidos peritendinosos, inserções tendinosas ou musculares.
São exemplo disso, entre outros:
- trabalhos que exijam movimentos frequentes e rápidos dos membros;
- trabalhos realizados em posições articulares extremas;
- trabalhos que exijam simultaneamente repetibilidade e aplicação de forças pelos membros superiores;
- trabalho em regime de cadência imposta;
- actividades como britar pedra, pintar, limar, serrar, polir, montagem de cablagens;
Todos estes factores levam a uma alteração do equilíbrio muscular que, por sua vez, leva ao início dos sintomas. Estes podem aparecer, de uma forma geral, de três maneiras possíveis:
- dores ligeiras quando se executam movimentos simples do dia-a-dia, como apanhar determinados objectos no banco de trás do carro, colocar o cinto de segurança ou vestir um casaco. Estas dores podem ir-se agravando e começar a surgir uma dor noturna que impede ou dificulta o sono;
- dor muito intensa, sem causa aparente, que faz acordar de noite e que não tolera nenhuma mobilização;
- conjugação das duas anteriores.
Percebe-se assim que, ao longo do tempo, com a manutenção dessa atividade, a dor possa passar a ser permanente mesmo em repouso, podendo inclusive provocar a deterioração do tendão (tendinopatia).
As tendinites, de um modo geral, respondem rapidamente ao tratamento com anti-inflamatórios, enquanto que as tendinopatias requerem um tratamento mais prolongado e orientado para a melhoria da força do tendão e para a reconstrução dos tecidos adjacentes.
O diagnóstico das tendinites tem por base as queixas do utente e as alterações encontradas durante o exame físico e a história clínica, havendo necessidade de recorrer a meios complementares de diagnóstico para perceber a dimensão do problema.
O tratamento das tendinites passa pelo controlo da dor e da inflamação, mas, sobretudo, pela recuperação do equilíbrio entre os vários grupos musculares, de forma a evitar que o quadro se repita.
Assim, o tratamento é, em regra, não cirúrgico, focando-se na identificação da causa da lesão de modo a preveni-la. O repouso, a aplicação de gelo e o uso de anti-inflamatórios são a primeira abordagem a esta condição. A fisioterapia desempenha um papel fundamental através de massagens e exercícios de força e flexibilidade que permitem devolver ao tendão as suas características iniciais.
Em alguns casos, recorre-se a infiltrações ou a cirurgia, sendo esta recomendada apenas quando o tratamento mais conservador falha.